domingo, 9 de agosto de 2015

MUDAMOS DE ENDEREÇO

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sábado, 15 de novembro de 2014

QUANDO E COMO MEDIR ATERRAMENTO – Parte 1

Em minha opinião, o aterramento é um dos temas mais polêmicos dentro da eletricidade, pois quando se fala de aterramento pensamos em várias formas de executá-lo e, consequentemente, várias dúvidas vêm a nossa mente. O pior de tudo é que quanto mais se aprofunda no estudo mais dúvidas vão surgindo. Por um lado entendo que quanto mais dúvidas temos sobre um tema, mais este tema nos instiga a entendê-lo por completo, por outro é muito ruim ainda não existir um consenso sobre o que é certo e o que é errado em uma determinada área. Pior ainda quando o tema é o aterramento, que participa dos sistemas de segurança de uma instalação elétrica, e outras tantas demandas.
Uma das dúvidas que pouco ouço nas conversas e palestras, mas tenho certeza que muitos não sabem responder é: Por que devemos medir a resistência de aterramento? Você sabe a resposta?
A pergunta correta que se deve fazer é: O que devo medir em um aterramento e como devo medir?
A partir destas perguntas, outras vão surgindo, como por exemplo: Devo usar um terrômetro, 3 fios, 4 fios, alicate, qual é o melhor? Qual o valor ideal de resistência que devo usar como parâmetro para definir se o aterramento está bom ou não?
Bom, vamos tentar responder algumas das perguntas acima.
A primeira delas é: O que devo medir e como devo medir a resistência de aterramento? Primeiramente, você não vai medir a resistência de aterramento, você vai medir um valor que representa a relação da corrente injetada num ponto distante o suficiente para que não exista influência deste eletrodo, e a média da tensão medida ao longo do percurso que a corrente faz para retonar ao eletrodo, isto considerando um método (3 fios), ou então você vai estratificar o solo, elaborando matematicamente um modelo que represente a resistividade do solo modelada em camadas e, assim terá um dos parâmetros para calcular a resistência ôhmica do eletrodo.
Você pode também medir a resistência (impedância) de um circuito fechado pela terra usando o terrômetro alicate. Cada medição tem uma função específica dentro do aterramento, portanto a escolha de um ou outro método vai depender do que você está buscando. Portanto, não há melhor ou pior, mas sim adequado ou não.
Quando a pergunta é Qual o valor de resistência adequado, a resposta é: depende da sua aplicação, fundamentalmente, quando se trata de eletrodo de aterramento, este valor servirá para cálculo das tensões superficiais (toque e passo). As normas definem como a menor possível em quase todos os casos, pois quanto menor for a resistência, menor serão as tensões de toque e passo, exceto para Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) regida pela ABNT NBR 5419/2005, que recomenda que a resistência seja menor que 10 Ohms, porém com a mesma finalidade! Demais valores como 5 Ohms para circuitos de telecomunicações, ou, como já vimos, 1,5 para circuitos de TI são baseados normalmente em manuais de fabricantes que normalmente buscam um valor pequeno para referenciar seus circuitos eletrônicos. Uma informação importante é que o valor de 10 Ohms descritos na ABNT NBR 5419 deixarão de existir na próxima edição (que estava em revisão quando escrevi este artigo).
Os valores de resistência ou resistividade do solo são muito importantes, porém para efeito de segurança de pessoas, uma boa equipotencialização é muito mais importante do que uma baixa resistividade.

No próximo artigo falaremos de cada um dos sistemas de medição de aterramento, então até lá.

domingo, 5 de outubro de 2014

ATERRAMENTO EXCLUSIVO OU SEPARADO

Você sabe a diferença?


O sistema de aterramento é um conjunto de medidas que tem por objetivo várias funções, como por exemplo, desligamento automático de dispositivos de proteção, como DR e disjuntores, controle de tensões, estabilização do sistema de energia frente à transitórios, escoamento de cargas estáticas, segurança de pessoas e animais, na equipotencialização do sistema, além de fornecer planos de referência para equipamentos eletrônicos. É com relação a este último item, referência para circuitos eletrônicos que quero desenvolver este artigo. Isto não significa que não tenha relação com os demais itens em que o aterramento participa.
Antes, uma breve explanação sobre a necessidade do aterramento em circuitos eletrônicos. A maioria dos circuitos eletrônicos atuais usa o aterramento como referência para a tensão de alimentação em DC. Apesar dos transformadores, o aterramento do circuito é importante para manter a referência “zero” para os circuitos. Se esta referência varia, os sistemas, sejam eles digitais ou analógicos, poderão interpretar o sinal errado e, com isto, funcionarem erroneamente.
Voltando ao aterramento, ao longo da história, o aterramento sofreu várias modificações. Começamos com o uso do próprio sistema de aterramento dos sistemas de força para aterrar equipamentos sensíveis, porém devido a vários problemas como circulação de correntes de várias fontes, induções eletromagnéticas, correntes de neutro, descargas atmosféricas esta referência deixa de ser “quieta”, causando problemas para o circuito sensível. O segundo passo foi criar sistemas isolados, ou seja, criar um sistema independente do sistema de força para que este fosse a referência para os equipamentos eletrônicos. A ideia foi interessante, mas esbarrou em 3 problemas. O primeiro foi com relação aos acoplamentos resistivos e capacitivos, pois criar um sistema de aterramento separado exigiria distâncias grandes e, assim poderia haver problemas tanto de localização como criação de loops e problemas para equalizar altas frequências. Mas o principal deles foi com relação à segurança, uma vez que circuitos com aterramento isolado, que usam a carcaça metálica como referência, não estariam equipotencializados com o sistema de força, podendo causar riscos para as pessoas, ou do contrário, equalizando o potencial dos invólucros, mas não dos sistemas poderia criar um potencial diferente e causar danos aos circuitos. Partiu-se então para criação do sistema de ponto único, que cria um sistema exclusivo para aterramento dos equipamentos sensíveis, porém este sistema exclusivo não é isolado, pois é equalizado com os demais sistemas de aterramento existentes na edificação. Veja abaixo uma representação deste sistema.

Podemos observar que as referências dos circuitos eletrônicos são interligadas em uma barra de aterramento diferente do sistema de aterramento da carcaça, mas esta barra do aterramento dos circuitos eletrônicos é equipotencializada com os demais sistemas de aterramento, formando um único eletrodo. O último passo da evolução do sistema de aterramento foi a criação da Malha de Terra de Referência (MTR) ou Signal Reference Grid (SRG), que resolveu o problema principal dos demais sistemas que é a equalização para altas frequências. Com o mesmo princípio do sistema de ponto único, o objetivo é reunir todos os pontos de aterramento eletrônico em um ponto, que neste caso é uma malha que pode estar instalada abaixo do piso elevado de salas. Veja a representação abaixo:

Da mesma forma que o sistema de ponto único, a malha de referência de sinal deve ser interligada ao sistema de aterramento da edificação para garantir a equipotencialização dos aterramentos, garantindo assim a segurança de todos e o bom funcionamento dos sistemas de proteção.
O objetivo deste artigo foi tentar esclarecer um dos grandes mitos que acontecem diariamente, principalmente nas indústrias, o mito do “ATERRAMENTO SEPARADO PARA MEU EQUIPAMENTO”, pois já tive oportunidade de me deparar com este problema, em que o fabricante do equipamento ou o responsável por ele, informa que se o sistema não for separado você perderá a garantia do equipamento e outras tantas coisas. Neste caso, o que se deseja é um sistema de aterramento EXCLUSIVO e não separado.

Edson Martinho é Engenheiro Eletricista, presidente da ABRAEL (Associação Brasileira de Eletricistas) e diretor-executivo da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade). Escreveu e publicou o livro “Distúrbios da Energia Elétrica” (Editora Érica, 2009), é colunista das mídias Direcional Condomínio, SOSaqui, Programa Casa Segura, entre outros.

Iniciando

Olá, Este Blog, foi criado para publicar artigos técnicos sobre o tema aterramento.